Como um dos gestos concretos da Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema é "Fraternidade e superação da violência", passamos a publicar alguns artigos do Capitão PM Rafael Cambuí.
Estes artigos visam trazer mensagens de esperança e dicas para que possamos ajudar na superação da violência, sendo que estes, são de responsabilidade do autor, não necessariamente refletindo a opinião da Igreja.
Como cidadãos, devemos ser protagonistas da Paz, à exemplo de Cristo!
Setembro Amarelo
Recentemente somos consumidos pelas atividades do dia a dia. O tempo parece ter diminuído e as tarefas aumentado. Com a correria rotineira, pessoas de uma mesma família que habitam a mesma residência, por vezes, passam dias sem conseguir conversar.
Frustrados por não estarem presentes na vida de seus filhos, muitos pais procuram compensar sua ausência atendendo a todos os pedidos dos seus filhos.
Esses jovens crescem sem nunca ouvir a palavra “não”. Quando a adolescência chega, essas pessoas passam a ter contato com outras que não pertencem ao seu círculo familiar. Nesta nova convivência, naturalmente surgem os conflitos e as divergências de opiniões, momento em que pela primeira vez o jovem vai deparar com uma frustração, uma vontade não atendida, um amor não correspondido.
Por não estarem preparados para essa frustração, muitos jovens acabam acreditando que a única forma de superar essa dificuldade é com a extinção da própria vida.
O Brasil atualmente registra uma média de 32 suicídios por dia, sendo que muitos casos acontecem com pessoas a partir de 15 anos. A segunda causa de morte de pessoas de 15 a 29 anos é o suicídio.
Esse trágico evento, interrompe os sonhos dos mais jovens e acaba dizimando a vida dos mais experientes. Famílias inteiras arrastam-se após a ocorrência de um suicídio. Os sobreviventes da tragédia, não conseguem entender as razões e muitas vezes se culpam por acreditar que poderiam ter feito algo diferente para evitar a tragédia.
A campanha setembro amarelo, visa alertar aos pais dos jovens sobre o aumento do número de suicídios nesta faixa etária, bem como convidar a todos para evitar que novas vidas sejam assim interrompidas.
Muitos jogos virtuais têm surgido, propondo o suicídio. Jovens que não conviveram com a frustração interrompem suas vidas sem refletir os prejuízos alcançados por essa conduta.
Pais, conversem com seus filhos. Procure dedicar um tempo para saber como eles estão. Deixe a rede social e o celular de lado e converse com os jovens. Verifique quais são suas expectativas e suas insatisfações. Esclareça que as frustrações fazem parte da vida e que quem continua vivo pode experimentar a sensação de “virar a mesa” e vencer.
Como sempre digo, a Segurança Pública é dever do Estado, mas responsabilidade de todos! Ajude a Polícia a cumprir suas missões, com as medidas que você pode adotar.
Lembre-se sempre: Cidadão atento é cidadão seguro!
Rafael Cambuí
Capitão de Polícia
Comandante da Polícia Militar do 8 BPM/I e membro permanente da Associação Internacional dos Chefes de Polícia com sede nos EUA.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a opinião da Igreja.